quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mais 1 ano que passou...

Sei que não tenho dado pio de vida, mas é apenas porque não sinto que tenha nada para dizer. Sinto que quando falo só faço pior. Os meus relatos ou descrições levam aqueles que me amam e vêem ler o blog ficarem mais preocupados e sem saber como lidar ou falar comigo. Apetece-me ficar zangada e gritar que continuo a ser eu mesma e que não tenho nada de mais. Mas já nem isso consigo fazer. A fúria é um sentimento pelo qual já nem forças tenho.

Julgam-me mais forte do que sou e mais frágil do que aparento. Custa-me o mundo e as estrelas ter que me fazer de forte perante os olhares tristes ou preocupados (ou os piores de todos, de pena…) que as pessoas que sabem me fazer. Irrita-me perguntarem-me se já estou melhor. Demonstra uma total incapacidade de compreender o que tenho e afinal percebo que não teem que perceber. Eu mesma não perceberia se não estivesse aqui assim.

Cada dia é uma luta. Luto contra a vontade de fugir, de chorar, de gritar. Escondo as lágrimas quando consigo. Não quero preocupar ainda mais, desesperar ainda mais quem me ama e não me consegue ajudar. Não consegue porque não existe ajuda que alguém me possa dar.

Quando olho para trás até penso que é tudo uma piada torcida para os apanhados. Que é um mega pesadelo parvo do qual vou acordar. Quando penso nas coisas que antes me preocupavam e ocupava a mente… parece mentira.

Quando me dizem para ser forte, coloco o meu sorriso mais amarelo. E quando chego depois a casa, quando estou sozinha.. choro. Choro de tristeza, algumas vezes de incapacidade e outras de dor. Choro porque não me resta mais nada. As minhas lágrimas são a última coisa que me resta.

Dia 20 tenho consulta em santa cruz. Em Agosto vou ser operada ao braço para conseguir usar a fístula em condições. Uns dias de hemodiálise correm bem, outros mal. Ir trabalhar é sufocante mas necessário financeira e mentalmente para mim. Tenho a agradecer imenso aos meus patrões, incríveis – eu já sabia – e que me surpreenderam imenso com o apoio que tenho recebido.

Descobri que nem todos os meus amigos eram meus amigos e que tenho amigos aonde não sabia.

Resta-me agradecer a todos os comentários, emails, sms, mensagens e apoio. Secalhar pareço ingrata, mas acreditem que dou valor.

Fiz 27 anos dia 10….
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