Mas lembro, acima das dores, mal estar, enjoos, desmaios, sangramentos, tudo o que todos fazem cara de horror só de ouvir.. eu recordo com mais força as gargalhadas, as conversas, as caretas, as piadas, o trocar sadicamente de receitas de coisas que não podíamos comer, o de piadas trocadas com sabor a picante… recordo tudo. Não esqueço o que de mau vivi, mas escolhi aprender com isso e recordar com saudade dos bons momentos e as pessoas incríveis que me ajudaram a viver esta época mais difícil, estivessem elas ao meu lado ligadas, estivessem elas á entrada para me receber, ou na sala a ligarem-me ou seguirem-me na sessão. Sinto por todas um carinho que não consigo traduzir e por isso faço por ir sempre que posso ao sitio onde tanto recebi numa altura em que podia ter-me perdido em sofrimento, lágrimas, silencio e dor. Foram elas o farol que me manteve á tona no centro da tempestade.
E ontem quando ouvi aquele apitar da maquina que reconheço como não sendo grave mas chato, disse algo que deixou dois caramelos ;) chocados”senti saudades”. Porque esse apitar levou-me imediatamente para sessões bem passadas em risota ou conversa com pessoas, algumas, que já cá não estão. Em 4 anos vi partirem muitos companheiros e por todos sofri como se fossem família conhecida á anos. Vivemos imenso juntos e o sentimento é do mais forte que possam imaginar. Pudessem todos ser transplantados. Era o q eu queria. De coração. Mas o meu turno, e aqui não consigo nunca conseguirei falar no tempo passado, as pessoas do meu turno estão numa taxa etária acima dos 60’s , mas carregam neles não amargura, mas um espírito puro e livre e leve.
Por isso e por tudo o mais que fica aqui dentro apenas para my eyes only, eu visito e sinto saudades, não do mau, mas do bom que me manteve saudável “aqui” e “aqui” até que o meu momento de evoluir para a fase seguinte chegasse.
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