sexta-feira, 18 de maio de 2012

O verão está á porta...


Às vezes penso que ninguém senão eu era capaz de viver esta doença. Refiro-me a todos os que conheço, sem contar com os colegas de turno de diálise, porque esses já vivem esta vida, ainda que a tenham começado muito mais tarde na vida do que eu. Vejo-os lamentarem-se de estarem doentes, com 80 e 70 anos e penso "então e eu?!"

Eu não sonho em chegar a velha. Não sonho em fazer muitas coisas ou sentir muitas coisas que as pessoas da minha idade fazem e vivem e sentem. Eu vivo e sinto e anseio por outras coisas.

Não quero dizer que sou especial, não. Sou diferente. Sou diferente porque sou. Porque recuso-me a andar aos caídos, ainda que haja alturas que só me apetece desistir com dores, tristeza, magoa, raiva, frustração.

E há pessoas que gostam de dar a entender que me entendem meeeeeesmo e outras que gostam de sentir peninha de mim. Pois a ambas eu digo: não obrigada. Não preciso de pena, não preciso de entendimento. Não sou nenhum livro com metade das páginas rasgadas ou sujas ou indecifráveis.

Sou eu mesma. Sempre fui assim e sempre o serei. Sou teimosa, obstinada, orgulhosa e uma lutadora que já foi pisada, cuspida e maltratada por quase todas as pessoas na sua vida e de diversas formas e feitios e ainda aqui estou.

Não digo que vá vencer esta luta. Esta luta será a minha morte e dou-lhe já o crédito por isso, os louros e a fama. Mas não o troféu. Não o prémio. O prémio sou eu e ainda que não possa fazer o que a maioria faz e eu gostaria de fazer... Farei o que eu quiser e como puder e quando puder.

Vou continuar a ser eu, diferente e sem igual. Normal.
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