Acho que devia deixar isto registado. Seja porque não sou de deixar coisas
entaladas, mal entendidas ou pelo simples motivo de auto responsabilização,
para garantir (como sempre foi o motivo de ter um blogue) e impedir me de
negar, fugir ou esquecer o meu eu passado e as suas acções e emoções perante o
meu eu futuro.
Estive ausente e descobri que a vida não espera por ninguém e que muitas as
vezes a soberba sobrepõem-se à generosidade. Trocando por miúdos, eu não
mudei e se me ausentei foi por motivos pessoais e que se já me conhecem
minimamente saberão que necessitariam de ser valentes motivos para o ter feito
feito. Estamos a falar da teimosa que carregou um portátil para todas as diálises
mesmo sabendo que passava mal e pouco uso lhe dava.
Repito, não sou de falhar. Se há pessoa que me raxa ao meio quando falho, sou
eu!! Por isso para eu desaparecer, é porque foi necessário e
honestamente, não sei até que ponto é que não será ainda
necessário.. Mas siga.
Dito isto, descobri que tenho onde confiar e descobri onde destralhar.
Sabem que faço destralhes físicos e virtuais de pessoas e artigos. Pois
aprendi a fazê-los de igual forma a nível profissional - semi profissional
porque este blogue não me paga nada, e isto fica como directa a quem acha
que ser bloger dá dinheiro (se calhar dá ás chiques que nem são elas mesmas a gerir
os conteúdos que surgem, mas eu sou eu e eu apenas, lamento).
Concluo: obrigada a quem está desse lado sem nenhum lucro a permitir-me ser
eu mesma e ajudando com a simples névoa da sua presença, vale mais do que
imaginam e é por vocês, e apenas vocês que faço passatempos com a ajuda da
generosidade dos parceiros que mo permitem e gentilmente confiam em mim e no
meu trabalho. De outra forma, não os faria.
Por isso e, como tem sido todos os anos, vamos ter Mega Passatempo de Festas
de fim de ano com a generosidade de quem existe e fica!
Tem uma área para os
sentimentos e emoções, outra para a lógica e razão e outra ainda para a imaginação, desejos, vontades e sonhos. Esta é a área da liberdade. Tudo o resto prende-nos a algo, seja ele lógica ou emoção. Somos animais presos por grilhões criados por nós mesmos numa busca
incessante de nos distanciarmos da nossa natureza selvagem e do estatuto
preconceituoso de animais.
Queremos tanto ser civilizados e categorizados prepotentemente como humanos
que abdicamos de ser livres. Somos escravos de nós mesmos e das convenções sociais e espaciais por nós
inventadas, resumindo, estúpidos num todo. Sim. Acima de tudo, estúpidos
e devoluídos. Parabéns Homem, é por isso que vivemos com palavras e definições tão valorizadas como feliz e infeliz, ao invés de uma unidade normal natural e livre.
Será o nosso coração capaz de amar para além do mundo real?
Michael era o amigo imaginário de Jane, que a acompanhava,
guiava e protegia quando ela, ainda criança, se sentia sozinha. Apesar de a mãe
ser uma bem-sucedida produtora da Broadway e do ambiente glamoroso que a
rodeava, Jane não era uma menina feliz. Michael e Jane eram os melhores amigos
mas, quando ela fez 9 anos, o seu amigo imaginário teve de partir.
Vinte e três anos mais tarde, Jane é uma dramaturga de
sucesso, trabalha na produtora da mãe e tem um namorado atraente e encantador.
No entanto, ela continua infeliz e sem conseguir esquecer Michael. Até que,
inesperadamente, volta a vê-lo. Teria Michael afinal sido sempre real?
Uma história de amor mágica e comovente, com uma reviravolta
emocionante, que nos faz acreditar no poder do amor verdadeiro.
A minha leitura
Sei que vai parecer sacrilégio para os fãs de Patterson mas
este foi o primeiro livro que leio deste autor imensamente creditado e com um
longo currículo de bons livros.
Não sei bem o porquê de ser o primeiro, mas fico feliz por
ter sido Um Anjo da Guarda a apresentar-me ao estilo de escrita e voz literária
de James Patterson. Gostei muito da forma simples e fluída com que nos
demonstra as suas personagens, sem encher espaços com conteúdo vazio que, na
realidade, nem recordamos quando revivemos o livro.
Em Um Anjo da Guarda, temos a historia de uma filha de
Hollywood. Mais uma criança que cresce por si só, sendo incapaz de ser tão valorizada
como a fama e carreira da sua mãe distante e altiva (antiga actriz e actual
produtora de filmes e peças de teatro famosa). Jane poderia ter-se
tornado numa criança apagada e infeliz, mas teve a companhia permanente de
Michael, o seu melhor amigo… imaginário. E foi essa relação, esse amor puro
entre dois amigos, que a ajudou a crescer e desenvolver como uma criança feliz
e emocionalmente bem formada… até que no seu aniversário de 9 anos, o seu mundo
desmorona. Os amigos imaginários deixam as suas crianças quando as mesmas fazem
9 anos. Pessoalmente nem percebi muito bem o porquê de ser aos 9 anos, mas
vamos aceitar obviamente.
Jane sobrevive, mas cresce sem esquecer Michael, ao
contrário do que seria o normal. Transforma-se numa jovem empreendedora,
profissional e inclusivamente com um namorado. Nunca esqueceu Michael, mas
aprendeu a viver apenas com a sua memória. E Michael? Seguiu a sua existência de
amigo imaginário de mais crianças, mas também sem nunca se esquecer da sua Jane
e dos seus sundaes nas tardes de Domingo.
A historia podia terminar por aqui. Ela famosa, dramaturga
de sucesso a trabalhar na empresa da sua mãe, com um namorado e um futuro em
desenvolvimento… mas, cruzam-se. Jane e Michael. E agora? Terá sido tudo imaginação
ou é o amor capaz de desejos irreais tornarem-se reais?
É uma história de amor. Nada de cansativa, pelo contrário,
achei a escrita de Patterson bastante leve e contagiante. Parafraseando o que
li de um grande fã deste escritor - “Já sei de antemão que quando pegar num livro
dele para ler, será de leitura compulsiva, isto porque a maneira como ele
escreve assim o permite.” - concordo e espero voltar a experienciá-lo a
noutro livro dele.
Muitíssimo recomendado. Inclusivamente acho que é um livro
delicioso para se ler nesta altura de frio. Recomendo juntamente com uma caneca
de leite com chocolate e umas fatias douradas com canela, claro está!
Nota: Existe um filme que sinceramente, depois de ter visto
o trailler, acho que é mais um daqueles filmes que considerou o livro na
criação do filme, mas que não é um filme sobre o livro! Muitas coisas são
diferentes. A que mais me irritou honestamente foi que o Michael que era amigo
de infância da Jane surge como uma criança no filme, e no livro, é um homem
adulto. A sua idade não muda durante o livro. Isto para mim faz muita
diferença. Fica apenas o alerta.
Parabéns Topseller, excelente escolha e trabalho feito na
edição!