Henri Matisse, Odalisca con le magnolie, 1924 Coll. privata

Matisse..

Como é que uma quadro tão banal, num tema tão suave e até por demais chamado de corriqueiro, consegue ter uma vida tão intensa? De todos os chatos (dignos mestres) que fui obrigada (e com muito prazer) a estudar, este foi e é um dos meus favoritos. As suas mulheres são belas, calmas, lânguidas e reais. Conseguimos estar ali naquele local, naquele momento parado no tempo. Consigo até sentir (ou sensitivar) o que ela sentiu e o que pensava naquele breve momento. Um quadro é isso mesmo: um momento preso no tempo, mas um momento que teve o seu tempo até ficar concluído.

Uma foto é tão rápida que se torna cruel. Um quadro é um pedaço de tempo que foi demorado e imortalizado na sua mais bela forma. E as cores? Matisse foi e é apelidado do mestre da cor. Acho que é difícil de compreender a perícia do mestre a não ser que já tenham tentado pintar uma tela. Todos os grandes mestres são mestres por uma razão forte. Na minha opinião (e no que toca a Arte, a opinião é fugaz e vã) é devido ao sentimento que todas as suas telas expressam. Eu consigo estar ali, por mais (ou menos) indefinida que seja a imagem em comparação com muitos mais grandes mestres, Matisse, consegue transportar-nos para aquele instante.

Claro que isto é apenas a minha opinião..