A definição de desaparecida é quando alguém se encontra sem ser encontrada. Nem sei se será isso que eu sou. Eu encontro-me sem querer que me encontrem. Sou aquele tipo de pessoa que usa o mute no telemóvel, que liga ocasionalmente o MSN em estado invisível e que apesar de nunca ter o Outlook Express desligado, raramente leio todos os meus emails que possam ser pessoais. Sou uma sumida assumida.
E vocês deixam. Vocês que já não conheço. Vocês que já nem vejo e nem me vêem a mim. Desaparecemos todos uns dos outros e quando olhamos para os lugares que antes estavam ocupados, encontramos apenas cadeiras vazias com pó e teias de aranha. Não gosto de aranhas. E não gosto de sentir que no lugar que antes me tinham estendido para me sentar, que agora o deixei acumular pó ou quem sabe, o perdi de vez.
Mas acho que isto é uma consequência da vida. A vida que vivemos cai-nos em cima como uma consequência terrível que limita e lima as arestas das nossas relações. Umas cria, outras destrói. Cabe-nos a nós saber parar e nutrir, cuidar, manter vivas as que merecem essa escolha. A terrível escolha de decidir quem merece a nossa atenção. Atenção essa que por vezes, e aqui falo por mim apenas, não tenho tido nem por mim (ou pra mim).
Pensei em vir aqui fazer um up-to-date a meio do ano. Esta primeira metade do ano foi violenta e forte em conteúdo. De tal maneira que quando olho para trás e tento somar tudo desde Janeiro até cá, perco-me em tanta informação.
Vinha decidida a concentrar-me e em fazer aqui uma bela lista e prometer de pé e fé que ia-me emendar, que iria disponibilizar mais tempo e transformar esta cova numa sala. Mas isso seria fazer politica e eu não falo nem faço politica. Por isso não prometo nada. Posso sim afirmar que continuo viva e que ainda que mude um pouco a cada momento de vida que me atravessa, prometo continuar sempre a mesma.
Um pêssego por mais que o mudes, tem sempre no centro a sua semente. Chamem-me pêssego se quiserem.
que foda. *-*
ResponderEliminarparabéns, amei o texto. ;D