Nem sei bem o que quero escrever ou se o quero fazer..
Acho que vou deixar os dedos fazerem o que lhes apetecer. Todo o resto do meu corpo faz o que quer sem que eu possa controlar..
Sinto-me cansada. Cansadsa de sentir dores constantes. Cansada de não conseguir reunir energia ou forças para fazer o que quero e me apetecia.
Na quinta, apos a hemodiálise, tive mais uma quebra de tensão. E logo eu que sempre tive a tensão alta, tenho agora demasiado baixa. Começo a deixar de ver, ouvir e fico ensopada num suor gelado. Pés para cima, cabeça para baixo. Espera… tenta ver se já melhorou, volta a mesma posição, espera… tenta, já esta.
Esta quinta foi diferente. Fui ate ao balneário calçar-me e voltei a sentir a tensão a baixar, então sentei-me numa cadeira e esperei que acalmasse. Quando me dei conta, num instante que me pareceu, estava deitada no chão, com alguém a dobrar-me as pernas para cima e um dos enfermeiros do centro a perguntar-me se o estava a ver. E eu a pensar que estava louca, a alucinar com os enfermeiros, ate que me dei conta que era real, não um sonho, mas real. Voltei para a sala de cadeira de rodas, sumos super açucarado para dentro da goela e mais tempo ate a tensão estar mais alta e estável.
Não vos sei explicar a sensação de não saber o que aconteceu. Como vim parar ao chão? Cai? Desmaiei? O enfermeiro diz que me encontrou por sorte no balneário. Mas estaria apagada na cadeira? E o mais esquisito é a sensação de perda de tempo ou controlo. Para mim foi um segundo, mas sei la quantos minutos foram ou não.
Cheguei a casa e chorei. Chorei de raiva, de magoa, de dor, de frustração.
Olho em volta e vejo toda a gente a viver a vida. E eu sinto que morro na minha e que por culpa arrasto o António para o meu sofrimento. Não sei mais o que fazer. Não consigo mais fingir que estou a lidar com isto numa boa, porque não estou. Estou nas ultimas e qualquer sorriso que faça não passa mais de uma mascara. Velha e gasta.
…
Esta tanto calor…
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