sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

O sol quando nasce não é para todos.

Todos sabemos que o nosso pais esta no caixote.

A palavra retirar, cortar, remover, acabar, fechar, cessar é o prato do dia da hora do minuto do segundo… E infelizmente, na saúde é onde mais se nota, pelo menos nota quem cá tem que andar e conviver diariamente. Quem se constipa 1vez de tempos em tempos acredito que nem note tanto… adiante.

Enquanto doente em diálise, tinha certos direitos, alguns adquiridos através de uma declaração de incapacidade ou multiusos, pedida no meu centro de saúde ao delegado de saúde do meu conselho, acho q estou a dizer bem ;) paguei na altura 1euro. Hoje ou no fim do ano passado, quem quisesse pedir já tinha que (tal como eu fiz na altura) ir perante a junta medica do delegado de saúde com os documentos comprovadores do seu estado clínico e pagar… 50 euritos… bonito né… por um papel que dependendo do grau da incapacidade atribuída, poderá ter benefícios fiscais (nunca notei, talvez por ganhar as fortunas que imaginam…), e direito ao selo do carro e pouco mais.

Mas divago.
Enquanto em diálise, tinha direito de inicio a táxi ou ambulância para a clínica de diálise e para o hospital se a situação se relacionasse com o meu acesso ou situação renal. Depois o reembolso do táxi foi removido, ficou a ambulância. Que, aleluia, por enquanto se mantém para quem faz diálise.

Comecei o meu processo e espera por um rim quando comecei a fazer diálise, portanto há mais de 3 anos e meio.. e na altura entre varias consultas, falamos com uma assistente social no hospital que nos informou dos direitos e deveres e tal… e uma das coisas que disse foi que teria direito a transporte para as consultas nos primeiros meses após o transplante.

Pois 3 anos e meio é mto tempo e mta coisa mudou.
Hoje, não há ca transporte para quem fez o transplante. Ou seja, ou podes deslocar-te ou fode-te.

Puxei este assunto por duas situações que vi e ouvi durante as consultas quando vou ao HSC.

Uma era uma pessoa que comentou que deviam de fazer um survey perante as pessoas antes de as escolherem para receber um transplante ou na hora de fazerem a chamada para dizer que surgiu um rim, deviam de perguntar se tem situação financeira para suportar os custos das alterações de vida (viagens constantes no primeiro ano, medicações adquiridas fora do hospital, mascaras, etc…). Ora isto é um comentário que tanto tem de estúpido como de compreensivo. Mas no comentário esta pessoa vinha o conceito de perguntar á pessoa que espera o transplante se tem esta capacidade financeira antes sequer de ser inscrita para a referida espera, e aqui sim é parvo. Primeiro porque o tempo de espera varia e imenso.. e em pouco tempo o estado económico de alguém muda e muito.

O outro motivo foi outro comentário que ouvi ontem na sala de espera da consulta. Alguém gabava-se que tem sempre vindo de ambulância e que ai deles que a tirem. E pelos vistos vem mesmo e tem direito mesmo. Vem da outra margem… e não, não é ADSE….  Pois, ficaram como eu a bater mal? E mais, um outro recém transplantado brasileiro reclamava que há 2 meses que estava a ter direito a ambulância e agora tinham dito que iam tirar e ele estava prestes a fazer um escândalo.

Ora, eles teem e nós, ou pegando aqui na minha brasa, eu, não tenho pq?
Será uma questão de filhos e enteados? Será que devo andar feito feirante e armar escândalos? Lembro-me que na única visita que tive com a assistente social de HSC a única coisa que ela repetia de uma maneira que parecia sentir prazer era “que já não há transporte para os transplantados, estão a tirar tudo.. pode tentar se achar que tem direito de apresentar um pedido com base no sócio-económico mas aviso já que mesmo os que poderiam ser credíveis estão a vir recusados!”

E depois oiço comentários como os que ouvi…  e ainda que o sr brasileiro pudesse até estar num escalão sócio económico que conseguisse que o pedido dele fosse aceito, como é que conseguiu tão rapidamente ser aceite? Sim, porque se eu fui transplantada há 3 meses e picos e ele foi após isso… como conseguiu ele ter direito a transporte ate agora? Não me venham dizer que a segurança social responde aos pedidos na hora que ai conto-vos a historia do pai natal e a carochinha…

E o outro senhor, esse tinha todo o aspecto e cara e pralapié de quem não tem necessidade económica para meter o pedido…


Adiante… o que acho é que, das duas uma: ou sou mto branca ou mto preta, como diz o outro.

E o sol quando nasce, não é definitivamente, para todos.
 

A minha cabeça anda uma merda...

....

entretanto e algo completamente diferente....

fiz hj uma asneira das grandes ao tomar os medicamentos, mas estou calma e acho q n vai haver problemas. Engoli um dos medicamentos dentro do invólucro de alumínio. Estava com todos na mão e aquele é pequeno e nem vi. Dei-me conta porque senti que me aleijou um pouco a descer e ainda tentei vomitar mas n consegui e olha.. foi. Não me doi nada, consegui beber e tomar o pequeno almoço...

Por isso vamos ver.

10ª Consulta (before new year)

Ontem foi dia de consulta, correu bem.
Passei para 5mg de cortisona e retiraram-me o protector de estomago, apenas em caso SOS se sentir azia e tal. Tiraram-me o meio lassix que tomava e devo voltar ao work quando terminar esta ultima baixa, no inicio de Janeiro.

E pronto.
Não me apetece comunicar mto hoje.
Já ontem n me apetecia e hoje tb n me apetece...

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Boa noticia, alivio... pouco mas alivio...

Ai recebi agora uma boa noticia, salvou o mau humor com q ando.. o nosso senhorio ligou e avisou q arrendou uma casa q tb tem na zona com as mesmas características q as nossas por menos 25€ q a nossa e vai-nos baixar a renda por 25€. Fiquei sem palavras, podem n pensar q é mto , mas tendo em conta o q pagamos e como esta vida anda, 25€ a menos todos os meses é uma fortuna, especialmente em meses apertados!!! Quando começou a conversa fiquei pronta para ouvi-lo a dizer aumentar e quando disse diminuir, até me saltou o coração. Que alivio.. aumentar é q nao... Ai q contente q o tonecas vai ficar quando eu lhe contar... quando ele voltar a ligar numa pausa q faça :/

É o primeiro dia sem o ver... só voltará a casa amanhã, ainda n sei a q horas... ser pasteleiro no natal é um sofrimento e ser mulher de um é uma tortura.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Não sei bem o que chamar a isto...

Nunca gostei muito de ocasiões especiais, ou ocasiões aonde é comum existir ou ocorrerem demonstrações de sentimento. Primeiro porque nunca me ensinaram nada a não ser quais as consequências de não fazer tudo o que me mandassem quando me mandassem e como me mandassem fazer. Ensinaram-me ou treinaram-me a obedecer, comportar-me e fazê-los parecer bem. Afinal, quando o cão é bem comportado e ainda por cima inteligente, o dono é que é recompensado certo? Minguem pergunta ao animal quanto dele ficou perdido para sempre até que aprendesse aquele truque...

Talvez por isso também não goste de ver animais em cativeiro, circos, zoo etc...

Porque eu conheço o significado ínfimo de sofrer. Sei o que é chorar no silencio, sufocar as lágrimas na almofada até faltar o ar. Dormir com a alma dorida, sentir mesmo o coração cansado, dorido, partido... chorar ate não ter mais lágrimas. Cimentar o meu coração e os meus sentidos na procura de salvar algum pedaço da minha alma e espírito. Esquecer que sinto qualquer coisa com cada sova, com cada ofensa física ou verbal. Com cada humilhação.

...não levem a mal que o diga, mas a insuficiência renal não foi a etapa mais difícil da minha vida. Sobreviver intacta e razoavelmente funcional, saudável e inteira foi e continua a ser o meu maior feito e a recompensa de tantas lágrimas.

Acho mesmo que foi nessa altura que perdi a fé em acreditar numa divindade. Lembro-me perfeitamente de no meio de tanta solidão e desamparo, de sofrimento e lágrimas.. de perguntar porquê deus é que se ele existia e eu lhe implorava, porque é que continuava a sofrer. Pedia-lhe um fim para tanto sofrimento, viesse ele como viesse. Nunca tentei nada, talvez covardia, ou talvez uma vontade inerente a mim mesma de viver, de conseguir sobreviver, de contornar todas as hipóteses negativas de conseguir ser um ser humano, de viver a vida enquanto pessoa e da forma e critérios que eu considerava e considero certos.

Acredito plenamente em reencarnação do espírito e em vidas passadas, senão.. de onde vem as minhas definições e ideias de honra, respeito? De onde vem esta pessoa que contra tudo o que eu poderia me ter tornado, sou hoje? Porque contra todas as hipóteses, eu não deveria ser como e quem sou hoje. Deveria de ser um farrapo de ser humano, partido e vazio por dentro, sem força, sem conteúdo, sem essência.

Uma flor sem carinho amor atenção ou alimento para a sua essência.. não cresce, certo?

Por isso acredito que já "cá" estive antes. E tenho a sensação de muitas vezes. Ainda em nova sentia e sabia que era uma alma velha. Pelos vistos sou velha e burra. Porque devem estar a ser precisas muitas vidas para aprender as lições que tenho a aprender e corrigir os erros que fiz entretanto. Espero acertar, espero ganhar a recompensa de não voltar cá ;) dar a hipótese a outros.

Resumindo, que não resumo nunca nada mas pronto...

Não gosto de ocasiões especiais, o meu aniversario então odeio. sempre chorei. lembro-me de todas as ocasiões especiais ao longo da minha infância e ate quase em idade adulta e chorei em todas: aniversario, natal, férias, festas, ano novo, sei lá... tudo. Tudo está manchado. e todos os novos natais, aniversários, férias, festas etc... em todos eles eu tento mudar esta forma de senti-los.. mas ainda não domino. Já n choro no dia, mas fico deprimida nos dias antes e choro em alguns deles, depende das ocasiões e das situações claro.

No natal então é ainda mais difícil. Porque por mais que me distancie de quem tantas cicatrizes me fez, é no Natal que o pilar da minha saúde emocional, o meu amor, esta mais ocupado, chegando a ficar 2 ou 3 dias sem vir a casa ou sem descansar basicamente nada. E isso deixa-me naquele limbo solitário de emoções. Preocupada pelo seu descanso, ansiosa pela sua companhia, saudosa pelo seu apoio.

Por isso eu dou-vos os mais sinceros votos de Feliz Natal, mas é com o pensamento no Ano Novo que eu ando. Sobreviver emocionalmente á confusão do Natal e a muito egoísmo e consumismo que por hoje se encontra.. e siga para o ano novo. Ai sim vou começando a animar um pouco mais :)

Talvez por tudo o que escrevi, seja assim como sou... meio destrambelhada :)
Não é loucura, sou simplesmente eu.

...

Li isto tudo antes de fazer salvar e estive quase para apagar. É humilhante, não sei porquê mas é a sensação que sinto e que me irrita por não conseguir muda-la. Sentir-me humilhada por ter sido tão maltratada de tantas formas enquanto criança e até ao dia em que fui viver finalmente com o meu marido. Acho que é a parte da criança que morreu dentro de mim para que hoje consiga funcionar enquanto ser humano. Aquela criança que foi tão ofendida verbal e fisicamente. Aquela criança a quem lhe batiam com o que estivesse á mão, ou com a cabeça na parede.. a quem eram feitas ameaças de todos os generos se nao limpasse a casa toda ou fizesse isto ou aquilo. A quem, com tanto treino e trauma, se orgulhavam já mesmo na sua idade adulta perante quem quisessem que "bastava um olhar para que tremesse ou obedecesse". ... nem a um cão.. nem a um cão.. :(

vou publicar porque mesmo sentido-me humilhada em parte porque alguém para alem de mim irá saber algo tão intimo e tão humilhante para mim enquanto ser humano, algo que ainda hoje sei que apesar de todos os meus esforços, me traumatiza ao ponto de considerar-me humilhada por ter passado por tudo isto. porque enquanto uns foram amados e acarinhados, acompanhados, ensinados a amar e sorrir, confiar e desenvolver a sua auto estima.. eu não. Eu aprendi sozinha. Observando, fui aprendendo. Imitando e fingindo ser normal e feliz e igual a todos os outros, fui crescendo fingindo que não me sentia um pedaço de m....   Seguindo uma guia linha interna que não sei de onde veio.. cresci, sobrevivi, salvei o que consegui e sou hoje como e o que sou.

Por isso vou publicar, porque ainda que me sinta humilhada pelo que passei e por te-lo passado e não conseguir ainda hoje esquece-lo como queria.. sei que sobrevivi. E sei que mais pessoas como eu existem e quero que elas leiam isto e saibam que não estão sozinhas e que se me estão a ler hoje, é porque também sobreviveram e que mesmo que se sintam humilhadas como eu.. ao menos somos capazes de sentir. Não morremos por dentro.

Eu aprendi sozinha a sorrir, e é algo que nao faço bem, eu sei.. também não sei bem reagir a demonstrações de carinho, abraços, elogios... fico sem jeito, não sei simplesmente como reagir ou o que fazer... é desconcertante e fujo dessas situações. Demonstrações de carinho recordam-me tudo o que não tive e sinto sempre um pouco de pânico em demonstrar isso ao ter uma reacção diferente da que seria esperada, ou simplesmente chorar porque volto a sentir-me aquela criança solitária e sofrida, sedenta de carinho e amor.

Quem sabe um dia conseguirei esquecer definitivamente, posso demorar muito tempo, mas quem sabe.. um dia.

Por isso vou publicar isto e esquecer-me que o escrevi. Lança-lo neste universo impessoal e esperar que ajude a cicatrizar um pouco mais uma ferida que sinto que nunca fecha.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Mensagem de Feliz Natal cá de Casa



Como parece que todos estão já a fazer as mensagens de despedida para o Natal, cá vamos nós...

O Natal é sempre aquela época em que lembramos quem nos esqueceu durante o ano e infelizmente fazemos o mesmo com as pessoas fomos esquecendo durante o ano. É uma época que tem tanto de mágica como egoísta. Queremos tanto e damos tanto que quando finalmente termina, estamos a precisar de uma ajuda para digerir não só os doces e comezainas como o espirito da época que nos encheu e todos os momentos e emoções vividas...

É o Natal :)

E este Natal será para mim diferente desde há 4 anos atrás...

Queremos então, eu e o meu cromo que por ser pasteleiro vai estar esta época intensamente a trabalhar horas e horas seguidas para que os gulosos do natal possam comer bolinhos que os encham de espírito Natalício :)

Um agradável, quentinho, calmo, pacifico e feliz Natal, na companhia ou da forma que mais prazer dos trouxer :)

Beijos a todos,
Tania e Antonio


sábado, 14 de dezembro de 2013

Desiludida com a balança karmica.. ou com as respostas e atitudes das pessoas..

Estou cansada

Cansada de me sentir cansada, confusa, triste e desiludida. Tenho a sensação que por mais que dê, nada retorna. Afecto, atenção, pedaços de mim. Se a vida é karma, porque parece que por mais bem que faça, por mais amor e carinho ofereça ao universo, só recebo patadas. Só recebo magoas e solidão.

Não sou uma pessoa ingrata. Não sou uma pessoa que ande a medir e comparar valores. Mas uma coisa é dar 100 e receber 1, outra é dar e não receber nada em troca, nem um mísero obrigado.

Estou cansada. E isto não tem nada a ver com o transplante ou o rim, tem a ver com as pessoas e não as condições que existem nas pessoas.

Hoje é sábado e se pudesse, passava o resto da minha vida calada porque sinto-me tão triste e cansada e desiludida que não me apetece comunicar com mais ninguém neste mundo, porque sinto-me a ficar rancorosa e se é para dar e sofrer, prefiro fechar-me em mim mesma e viver como me sinto, solitária.

..e mesmo no meio deste sentimento, ter a consciencia de que quem nos observa neste estado não se importa que cá estejamos... it's overwhelmingly sad..


sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Nem tudo o q luz é ouro...

Primeiro não acredito na cena de Sexta-feira 13, eu até gosto.
Segundo, tenho um gato todo preto e um meio preto e adoro-os!

Dito isto...

Como a sorte que temos atrai a inveja dos outros, hoje recebi um telefonema de St. Cruz a meio da tarde. Então parece q numa das analises que demora mais tempo a ficar prontas com o sangue e urina que deixo no dia das consultas, acusou aumento de células qq coisa... a enfermeira disse para n ficar mto preocupada, q é comum ou pode acontecer nos primeiros 6 meses do transplante, q até achava estranho eu n ter ainda tido... e queria q eu lá fosse hoje já buscar o medicamento antiviral para começar a tomar ja hj ao jantar e apartir de amanha 2 ao peq almoço.

O nome é rovalcyte e encontrei alguma info na net q n me deixa descansada pq existem infos nas quais me enquadro e supostamente deveria de ter cuidado se:
- tiver problemas renais.

e informar o meu medico se estiver a tomar medicamentos como:

se estiver a tomar medicamentos que contenham:
- micofenolato mofetil (utilizado após o transplante)
- outros fármacos utilizados contra infecções provocadas por vírus
trimetoprim (antibiótico).


Não acredito q mo indicassem para tomar se n fosse seguro... né?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Aniversário: 3 meses!

Dizem que os 3 primeiros meses são os mais difíceis 
e depois o 1º ano e ai sim começa a acalmar, sempre com cuidados claro...

Por isso...




Eu e o meu rim: 
hoje: 
3 meses!




quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Smile :)

Amanhã eu e o meu rim fazemos 3 meses de vida conjunta :)

Reeducação Mental

Quando temos uma restrição tão grande alimentar a nível de líquidos, a relação que temos com eles muda. Sabem como se costuma dizer que quanto mais nos recusam algo, mais o queremos. Aqui aplica-se totalmente.

Ao contrario do que todo o mundo que nunca teve qualquer informação sobre doenças renais ou rins pensa.. quando eles não funcionam, não é porque bebemos pouca água e não não temos que beber mais água para que funcionem. estão a ver a esponja da loiça quando a colocam em contacto com água? Pois exactamente assim funciona um doente renal.

Eu tinha uma restrição de 500ml de líquidos por dia... líquidos são líquidos: agua, sopa, sumos, etc... sem esquecer que como todos os alimentos tem parte da sua composição água... tudo pesava em mim entre dialises. Eu vivia com restrição liquida meio litro e a cada refeição, nunca comia mais de 250gr de comida.

É giro pensar nisso. 250gr. Pesem o que metem no prato e digam-me quanto pesa. As pessoas não teem noção. Ainda agora, para limitar e controlar o peso para que não saia descontrolado por causa da medicação, eu peso o que como, sabendo que devo controlar os hidratos, as proteínas e vingar-me (salvo seja) nos legumes e vegetais.

Mas acreditem ou não, 250gr de alimento eu conseguia aguentar na boa... o teu estômago e sistema habitua-se.. agora meio litro de agua por dia... não conseguia. No Verão saia para suar e poder assim perder algum liquido e poder beber mais. E no Inverno não tinha como suar tão facilmente e ai então levava mais peso para a diálise.

Mas agora, agora que posso beber toda a agua que quiser... não me apetece.
Será que desaprendi o gosto de beber agua? antes de ficar doente bebia uns 3litros por dia. Parte daquela sede louca era também o desequilibro dos valores de ureia e creatinina, mas toda a minha vida bebi bastante agua e com satisfação.

Será de estar frio? Será de ainda ser mto recente e ter a cabeça tão cheia de tudo que nem consigo retomar um habito e prazer que sempre tive e posso retomar? Não sei.. mas sem duvida que se trata de mais uma reeducação mental baseada com mais uma mudança na minha vida.

Venham elas né? de preferência boas mudanças sempre. Que não sei se aguentaria mais negativas.

Escrito entre consultas... fora com o veneno

Ontem enquanto esperava de uma consulta para a outra, estava a remoer algumas coisas que tenho ouvido e lido... de ninguém directamente, porque se fosse directamente eu teria já respondido... e por isso, escrevi no meu caderninho algo que agora pensava rasgar e deitar fora, mas este meu mau feitio impede-me de o fazer, porque para mim, guardar isto e deita-lo publicamente para o Karma Universal é a minha forma de no futuro, não deixar que me volte a afectar.

Aqui vai o q escrevi ontem...

Estou farta dessas pessoas que gostam de subir ao pedestal da sua sabedoria e lançar pedaços divinos da sua sapiência á vida e ás dificuldades das outras pessoas. Sim, sabem desvalorizar os sofrimentos e dificuldades dos outros porque nunca passam na realidade por dificuldades sozinhos.

Encolhem-se ou sugam apoio e força a qualquer um, quer tenham para dar ou queiram e NUNCA na vida sabem ou saberão o quão assustador e desolador é o sentimento solitário de nos sentirmos desamparados. Sem qualquer apoio ou solução para as nossas dificuldades alem de nós mesmos.

Choram-se mas tem saúde, tem dinheiro ou pais onde ir buscar o que precisam e querem, quando precisam e querem. EU NÃO! Há  anos que vivo com o solene sentimento assustador de ser uma adulta que se tem que virar sozinha bem ou mal, com pouco ou mesmo nada! seja físico, económico emocional tudo!

Por isso quando quiserem (e aqui lembrem-se quem me lê que possivelmente nao me refiro a ti) dizer merda, calem-se ou digam-na longe de mim, ou então vivam 1 ano na minha pele e com este sentimento solitário e assustador de não ter ninguém para nos ajudar ou resolver os problemas e dificuldades!!!

Parabéns para ti! Felicidades tá!!?


Escrito entre consultas...

Isto segue um pouco o que escrevi no outro post, mas a diferença é q este foi totalmente expontaneo e nem foi pensado, foi um suspiro de alma.

Até me sinto mais leve sem este veneno por dentro.
boa quarta-feira a todos!

Deitar fora o veneno senão vai ficar a queimar ainda mais...

Todos nós somos partes de várias coisas: o que queremos, o que pudemos, o que temos e o que perdemos. O que nos rodeia, o que nos ataca, o que nos afecta e o que tentamos atacar, lutar, defender e ignorar. Somos feitos de tantos pedaços que quando a maioria se encontrar desencontrada, sentimo-nos, eu pelo menos sinto-me, assim: fora de mim.

Todos sabemos que Portugal e os portugueses estão na merda, economicamente e socialmente. Ora eu sou portuguesa, vivo em Portugal e estou de baixa... façam as contas. Não sei ainda quando acabará a baixa, não sei se terei ainda o meu posto de trabalho quando ela acabar, não sei ou sei os riscos a que me vou colocar no inicio especialmente estando nós na época das gripes... É muita instabilidade para que pensem ou esperem que eu diga que estou extasiada.

Porque a nível de analises, estão boas. E o resto?
E o económico? E o social? E o emocional? E o familiar?

quantos de vocês sabem que ao contrário de muitos, eu e o meu marido aguentamo-nos sozinhos? Tenho tios e primos fantásticos, mas alem de n ser capaz de pedir ajuda, sei que a vida também não é fácil para eles. O meu Tó tem imensos irmãos, mas a situação é a mesma e a relação nem tem a proximidade para qualquer tipo de apoio.

Quantos de vocês podem dizer que tudo o que teem foi a custa de vocês e apenas vocês? Quantos saíram de casa dos vossos pais apenas com a roupa do corpo e a conta bancaria com saldo negativo não por vossa causa? Quantos de vocês carregam as cicatrizes emocionais que eu carrego e ainda assim conseguem ser funcionais, produtivos, racionais e emocionalmente estáveis (dentro da instabilidade que todos vamos tendo claro..)?

Estou a escrever assim, porque ultimamente tenho visto muitas bocas e tirinhos de merda para o ar sobre "o meu sofrimento" ,  " a minha dor" , "as minhas queixas"... e isso tira-me um pouco do sério. Primeiro irrita-me, depois ignorei e agora estou simplesmente incomodada (ate acabar de escrever isto, depois vou cagar pro assunto).

Ponto 1: sofrimento e dores não se comparam. Sempre disse isso mesmo quando estava a ser picada com duas agulhas para uma sessão de 4h de diálise e continuo a dizer o mesmo. Não se comparam e respeitam-se sempre! Porque cada um de nós tem um grau de tolerância ao sofrimento diferente. Dito isso, há graus de sofrimento que não precisam de ser físicos para serem avassaladores.

Porque é que eu aguentei sempre com a mesma cara todos estes 3 anos e meio? Porque a dor e o cansaço e o mal estar físico é físico, resolve-se, trata-se... sabe-se de onde vem e mal ou bem, o que fazer. Eu isso tolero aguento, cerro os dentes e respiro fundo. Porquê? Porque já senti dores piores.

Sentimentos piores. Solidão. Desamparo. Estar no fundo de um poço sem qualquer ponta de esperança ou apoio, carinho. Alguém alguma vez se sentiu assim? Sem ter mesmo nada nem ninguém? Sabem o que é chorar baixinho com a cabeça enterrada na almofada para que ninguém nos oiça e sejamos novamente castigados e (não queria usar esta palavra mas n encontro outra menos visual) espancados? Conhecem a sensação e o sentimento do que é deambular pelas ruas sozinha e chorar de desespero e tristeza, plenos do conhecimento de que não tem nada nem ninguém que vos possa ajudar, apoiar ou resolver os problemas ou dificuldades?

Sabem?
então por favor não me venham cuspir postas de pescada de sabedoria ou grandeza, porque até andarem pelos caminhos que eu andei em 30 anos de vida, que ainda que não pareçam muito, valem e sinto-os como se fossem 60... não sabem o que é sofrer.

eu sei. Por isso acho eu consigo tolerar bem ou mal a dor física e cerrar os dentes, respirar fundo e aguentar. Porque conheço graus diferentes e impossíveis de tolerar de dor e sofrimento.

Pronto, já deitei fora o veneno que andava a queimar-me por dentro... sinto-me melhor, e agora vou viver a minha vida, que má ou péssima ou boa ou assim assim, é a minha.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Inspirational Thoughts




Why do i go on?
Why do you still do it?
If I hurt won’t I suffer?
If you hurt me, won't I bleed?
I bleed and my blood is red
So why do you keep doing it?
Why do we go on?
Why suffer
When we can go
Quietly in to the night

Tania Mac
10 Dez 2013
  

9ª Consulta (before Christmas)

Ora bem, a consulta antes do Natal foi hoje.

Correu bem, valores bons, creatinina a 1.15 , ureia no limite máximo do saudável: 40
Vou passar a alternar as dosagens de cortisona, um dia 7.5, o outro 5. Ir vendo como reage o organismo e baixando gradualmente. Mais nenhuma alteração foi feita desta vez.

...

Porque será q n me sinto mais feliz? Não me levem a mal, sei que não me entendem e secalhar deixo muitos frustrados... e é para não deixar ainda mais confusos que nem escrevo tudo o que quero e possivelmente por isso continuo eu mesma confusa. Mas não me sinto eufórica. Os resultados das analises estão bons e eu sinto-me ainda "fora de mim". Acho que assim consigo aceitar a definição. Fora de mim, é assim que me sinto.

Já vos tinha dito que ando a tomar o calmante desde a 8ª consulta em modo SOS, só quando me sinto capaz de matar o marido ou um gato.... portanto SOS para eles claro...
...

A próxima é dia 26, portanto será after Christmas.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Só sei que nada sei... (véspera de consulta)

Amanhã é dia de mais uma consulta. A primeira desde a ultima claro (duh!) sendo que na ultima muita coisa foi alterada e eu ainda me sinto instável, não tanto quanto antes, mas ainda assim, não me sinto eu... mil cuidados... mudanças a todos os instantes... controlar mil coisas, ter cuidado em situações e coisas que nunca tive que ter. É estafante.

Se juntarmos a isso aquela sensação de urgência em voltar ao activo, não permitir que para alem do factor saúde ser comprometido, existir o factor económico que vai afundando cada vez mais.

Tenho limitado o calmante ao mínimo e só em caso SOS como se costuma dizer, ou seja, quando estou prestes a matar alguém. Ainda assim, sinto que se houvesse hipótese, se pudesse fugir disto tudo, fugia, sem pensar duas vezes, corria que nem o diabo da cruz e desaparecia. É tudo tanto, e há pessoas que me levam ao limite, o seu egoísmo, a sua falta de consideração ou respeito ou desrespeito e banalização dos outros... como disse, tomo o calmante em estado SOS... e tento impedir-me de gritar SOS a todo o instante.

Espero que a consulta de amanhã corra bem.
Tenho estado em casa, a perna esquerda se esforço muito ao andar, a canela doí-me, então mal me tenho mexido, não gosto, mas vejo que quanto menos mexo, menos vontade de mexer tenho e isso também não é bom.

Sinto-me cansada, espiritualmente e mentalmente cansada. E nem estou a trabalhar... secalhar se estivesse estaria melhor (ou não sei lá..), porque ai tinha mil e uma preocupações e nem prestava atençao nas coisas que presto agora. O que seria bom e mau, porque podia deixar passar algo muito importante como sendo banal e fazer asneiras das grandes...

Sei lá... já estou como o outro "só sei que nada sei..."

domingo, 8 de dezembro de 2013

Feliz Feriado(s) de Dezembro... (?)

Desde de que comecei a trabalhar (a um mês de fazer 18 anos..) que aprendi a considerar o inicio do mes de Dezembro como sendo aquele mês em que tínhamos direito a 2 feriados logo ao inicio. dois ao inicio, natal na recta final, ano novo e PIMBA! Mês intenso e rápido! Dezembro era o mês de tantas emoções, tanta coisa que como tudo corria ao mesmo tempo, assim que piscava os olhos, era Janeiro e um ano novinho em folha.

Ora bem, este ano, os dias milagrosos dos feriados (dia 1 e 8) calharam a um Domingo, dia odiado para um feriado... já se sabe que quem tem folgas de gente normal (sábado e domingo) ficou meio enfesado... quem como eu e os meus colegas, tem folgas que são quando forem ;) tanto nos faz que seja fim de semana ou não, porque nós lá estaremos a trabalhar... Ora, o que este ano já fedeu (sim, eu agora uso palavreado colorido e nada brejeiro.. sou chique tá!) foi termos passado a desconsiderar o dia 1 como sendo o par gémeo dos dois feriados. Apartir de agora, dia 1 é dia 1 e dia 8 é o feriado solitário do inicio de Dezembro.

E daqui a muitos anos, quando a miudagem de hoje já "puxar carrocha" (vulto trabalhar) iremos recordar sapientes no topo da nossa antiguidade de múmias errantes "eu ainda sou do tempo em que o dia 1 de Dezembro era o dia da Restauração da Independência e era feriado.... agora é mais um dia em que nos lembramos que somos parvos e ainda dizemos obrigado..." - viram como eu disse "somos parvos" e não o que me apetecia q era "somos enrabados"?

Isso tudo porque sou chique.... 


Ai... como me sinto nostálgica sobre os anos que ainda virão... 
(sim, eu sei o que significa nostalgia... um dia eu explico :p )
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